SISTEMA DE APOIO A DECISÕES-SAD


Tomada de decisões nas empresas

A empresa pode ser considerada um sistema de decisões em que todos os membros estão continuamente tomando alguma decisão, sendo impossível pensar a organização sem considerar a ocorrência constante do processo decisório.

Assim sendo, podemos concluir que, a tomada de decisão é uma das principais funções do administrador, se não é a principal. E sempre ocorre em reação a um problema ou oportunidade percebida.

No passado, as decisões restringiam-se à direção (alta administração). À medida que as informações passaram a estar disponíveis nos demais níveis (Figura 1) pelo crescimento dos sistemas de informação, as decisões foram descentralizadas, ficando a cargo dos gestores de cada nível (administração operacional, administração tática e administração estratégica).

Figura 1. Níveis hierárquicos.

Conforme podemos constatar analisando a Figura 2, durante a década de 1950, os sistemas eram estritamente técnicos e visavam a apoiar as atividades operacionais da empresa. Entre as décadas de 1960 e 1980, os sistemas evoluíram e passaram a apoiar as atividades de controle gerencial, dando subsídios aos tomadores de decisão (inicialmente de nível médio). A partir da década de 1990, os sistemas passaram a apoiar decisões da alta administração, dando sustentação ao posicionamento estratégico da empresa no mercado. Dessa forma, os sistemas de informação passam a abranger a empresa como um todo, nos três níveis da pirâmide, conforme ilustrado na imagem acima.

Figura 2. Linha do tempo

As decisões costumam ser classificadas de acordo com o tipo de problema a que estão relacionadas. Assim sendo; temos as decisões:

As decisões estruturadas ou decisões operacionais estão diretamente ligadas à gerencia operacional e envolvem os problemas rotineiros cujas atividades são repetitivas e conhecidas. Envolvem problemas operacionais bem definidos e decisões que se repetem ao longo do tempo. Como exemplo desse tipo de decisão, podemos citar:

O tipo de sistema que oferece subsídios a esse tipo de decisão são os Sistemas de Informação Gerencial (SIG), que, em geral, respondem a questões do tipo:

O gestor das unidades de negócio lida eventualmente com outros tipos de decisões, as semiestruturadas, relacionadas a problemas em que as operações são conhecidas, mas não se tem conhecimento total das variáveis que interferem nos resultados. Nesse tipo de decisão, somente parte do problema possui resposta clara e fornecida por um procedimento já aceito. O tipo de sistema que oferece subsídios a esse tipo de decisão é o objeto de nossa disciplina: Sistema de Apoio à Decisão (SAD).

Como exemplo desse tipo de decisão em problemas que lidam com dados semiestruturados, podemos destacar:

O terceiro tipo de decisão envolve aquelas relacionadas à alta administração da organização, envolvendo o conselho de diretores, diretores executivos e presidência. São decisões relacionadas a estratégias, políticas e objetivos da organização, envolvendo situações específicas e frequentemente únicas e sem precedentes, tendo como características:

Entre os exemplos de decisão que envolvem esse nível, podemos destacar:

O processo de tomada de decisão, que, em última análise, se refere à escolha entre diferentes cursos de ação alternativos, tem duas abordagens: reativa e proativa. Na abordagem reativa, o tomador de decisão age após a ocorrência do problema, o que pode ser complicado na medida em que os estragos já podem ter acontecido. Na abordagem proativa, as atividades são monitoradas, e os problemas podem ser descobertos antes mesmo de acontecerem, causando menos danos à empresa.

Mas, independentemente da abordagem, é preciso estar ciente de que o processo de tomada de decisão envolve riscos que são inerentes à própria decisão e ao processo de tomada de decisão.

A Figura 3 apresenta os cinco passos de um processo genérico de tomada de decisão que não garante o sucesso das decisões tomadas, mas permite maior lógica e coerência na condução do processo, mitigando os possíveis erros.

Figura 3. Processo da tomada de decisão

Fase 1: Identificação do problema.

O sintoma se dá através uma insatisfação, problema ou desafio que afete a empresa e/ou uma unidade de negócio. O objetivo principal da fase é o entendimento da situação. Nesse contexto, existem duas ferramentas que ajudam na identificação das causas e possíveis consequências do problema, insatisfação ou desafio.

O Diagrama de Ishikawa (ou espinha de peixe), cuja finalidade é organizar o raciocínio sobre as causas do problema, que são efeitos de uma situação indesejada. A Figura 4 ilustra o uso do diagrama, considerando o problema “produto com defeito” e avaliando as possíveis causas desse problema. Pelo diagrama, os problemas têm origem nos equipamentos da produção (máquinas), na mão de obra (pessoal), nos métodos de produção e nos materiais usados. Para cada um desses grupos, são descritas as possíveis causas. Por exemplo, uma possível causa será a obsolescência dos equipamentos ou a falta de manutenção nos mesmos (grupo máquinas);

Figura 4. Diagrama de Ishikawa

Diagrama de Pareto (80-20), cujo objetivo é permitir a seleção das prioridades quando temos grande número de problemas e desejamos saber as causas mais críticas. A regra de Pareto diz:

Assim sendo, vale concentrar os esforços de ajustes nos 20% das causas mais significativas. A Figura 5 a seguir ilustra uma aplicação do diagrama de Pareto, em que analisamos as causas mais significativas para o problema “perdas na produção”. Pelo gráfico abaixo, podemos inferir que as causas “variação na operação anterior”, “variação no ajuste da máquina” e “ajuste no rolo do laminador” representam 80% das incidências do problema. Se resolvermos esses itens, teremos solucionado 80% das causas do problema.

Figura 5. Diagrama de Pareto

Fase 2: Criação de alternativas.

Nesse momento do processo de tomada de decisão, devemos nos ater à enumeração de toda solução do problema que seja viável de ser implementada. Ou seja, o foco é a geração de ideias, e para tal duas técnicas podem ser usadas:

Fase 3: Avaliação das alternativas e seleção.

Nesse momento, ocorre a avaliação, ou seja, o julgamento de cada solução alternativa relacionada como viável. Aqui, deve-se analisar os pontos fortes (vantagens) e fracos (desvantagens) de cada alternativa, comparando com os critérios de seleção e pesos (dos critérios) estabelecidos previamente. A solução escolhida será aquela que obtiver a melhor ponderação de critérios e pesos, ou seja, a melhor nota.

Fase 4: Implementação da solução escolhida.

É o momento de implementar a solução oriunda da decisão, devendo-se tomar alguns cuidados: transmitir a decisão a todos os possíveis afetados pela mesma para que se possa buscar o comprometimento de todos os envolvidos.

Fase 5: Feedback (avaliação).

É fundamental que seja avaliada a efetividade da solução escolhida e implementada. Em geral, temos, nesse momento, questões que devem ser respondidas:

Caso seja constatado que o problema não foi solucionado, devemos avaliar e encontrar os motivos do insucesso. Algumas questões que podem ajudar nesse momento:

Pode-se concluir que todo o processo precise ser reiniciado ou apenas a partir de determinada fase conforme respostas às questões acima.

A cada dia que passa, percebe-se, com mais clareza, que as decisões são cada vez mais difíceis, na medida em que os prejuízos podem ser desastrosos. Abaixo, alguns fatores que podem explicar essa dificuldade cada vez maior no processo decisório:

A seguir, as considerações finais diante do exposto:

 

 


SAD – Conceituando os Sistemas de Apoio à Decisão – SAD

A necessidade de um sistema de informação, em um processo organizado, que apoie a tomada de decisão em função da subjetividade inerente ao ser humano e da necessidade em minimizar os erros decorrentes dessa possível análise subjetiva. Além disso, a necessidade dos sistemas de informação, nesse contexto, justifica-se pelo grande número de informações que circulam dentro e fora da organização – e também por viabilizar o uso de técnicas complexas que facilitam a análise e os estudos dos problemas semiestruturados.

O tipo de sistema de informação que oferece esse apoio ao tomador de decisão é o SAD, Sistema de Apoio à Decisão, que tem por objetivos principais:

A Figura 6 a seguir ilustra o contexto de aplicação do SAD, apoiando a administração tática em decisões sobre problemas semiestruturados, enquanto o SIG (sistemas de informação gerencial) apoia o mesmo nível, mas abrangendo os problemas estruturados. A visão representada pela imagem não é uma unanimidade entre os diferentes autores do tema, que por vezes entendem e classificam o SAD em diferentes níveis da pirâmide organizacional. Essa disciplina classifica o uso do SAD de acordo com o tipo de problema; nesse caso, os que lidam com dados semiestruturados.

contexto de aplicação do SAD

Um dos autores do tema, Denis Alcides Rezende, juntamente com Aline França de Abreu, define o conceito de SAD, em sua obra Tecnologia da informação aplicada a sistemas de informações gerenciais, da seguinte forma:

Os Sistemas de Apoio à Decisão são tecnologias fundamentais para a evolução do processo de tomada de decisão nas empresas modernas e usuárias de informações oportunas. Essas empresas estão dentro da nova realidade empresarial em que suas atividades empresariais e as necessidades dos clientes estão em constantes mutações, o que torna as decisões um fator de suma importância. Esses sistemas devem acompanhar essa tendência, sendo flexíveis e adaptáveis no meio onde a empresa se encontra. (REZENDE; ABREU, p. 185)

Para que possamos compreender o SAD, vamos citar e comentar algumas de suas características mais relevantes:

A seguir, vamos citar exemplos de uso do SAD em diferentes unidades organizacionais (departamentos, setores etc.) das empresas.

Entre as vantagens e desvantagens do SAD, merecem destaque:

Vantagens

Desvantagens

Abaixo, exemplos de problemas que o SAD ajuda a responder:

 


Estrutura e componentes do SAD

Conforme ilustrado pela Figura 7 a seguir, em geral, o SAD é composto pelos seguintes componentes:

Composição do SAD

 

Os SADs mais avançados agregam o componente subsistema de gerenciamento (ou gestão) de conhecimento (software SAD), conforme podemos vislumbrar na Figura 8 exibida abaixo, com o esquema do SAD mais detalhado.

Componentes SAD

Vamos destacar as principais características e funcionalidades, de uma forma geral, dos quatro subsistemas.

1) Subsistema: interface com usuário

2) Subsistema: gerenciamento de dados

3) Subsistema: gerenciamento de modelos

Entre as funcionalidades que esse subsistema deve prover, destacam-se:

Modelos são instrumentos que transformam dados em informação e que podem apoiar a tomada de decisão. Os principais tipos de modelos manipulados pelo SAD são:

 

A Figura 9, a seguir, ilustra o funcionamento de um SAD apoiado em modelos. O módulo de gestão de modelos localiza o modelo mais indicado ao problema, consultando o diretório de modelos e localizando o respectivo modelo na base de modelos do SAD.

SAD Apoiado em Modelos

4) Subsistema: gerenciamento do conhecimento

 


O banco de dados do SAD

Vamos focar a porção gerenciamento de dados do SAD, ou seja, o subsistema de gerenciamento de dados.

Se analisarmos hoje as bases de dados existentes nas empresas, vamos concluir que o processo de gestão dos dados do SAD exige atenções na medida em que os dados são armazenados em vários bancos de dados diferentes, eventualmente com redundância e inconsistências. Devemos considerar ainda dados que estejam armazenados em e-mails, planilhas e documentos espalhados pela empresa.

Além disso, ainda há de se considerar o constante crescimento da quantidade de dados.

A Figura 10 a seguir ilustra os principais componentes do sistema de gerenciamento de dados do SAD:

Componentes do sistema de gerenciamento de dados do SAD

Um dos elementos mais relevantes desse subsistema é o data warehouse SAD (doravante, DW SAD), que nada mais é que um imenso banco de dados em que todos os dados da organização são armazenados e organizados, evitando redundância e dificuldade de acesso.

Aprofundando o entendimento sobre o DW, podemos defini-lo como um repositório de dados orientados por assunto e organizados para serem acessíveis em uma forma prontamente aceitável para atividades de processamento analítico (como data mining, apoio a decisão, consulta e outras aplicações), segundo Turban, em seu livro Administração de tecnologia da informação – teoria e prática (p. 80).

Entre as principais características de um DW, podemos citar:

 

Consulta analítica - SAD

Granularidade - SAD

A construção de DW, além de oneroso, demanda tempo para seu projeto e desenvolvimento. Uma opção ao DW é a construção e uso de data mart, que é subconjunto de dados dentro do DW, abrangendo um determinado assunto e atendendo a uma unidade de negócio, e não à empresa como um todo (como o DW). Muitas empresas, estrategicamente, iniciam a construção de um DW por data marts (doravante, DM), cuja implantação demanda menos custo e tempo.

A Figura 14 a seguir ilustra a relação entre DW e DM. Para o caso do SAD, dependendo da abrangência, um DM pode viabilizar o projeto.

Relação entre DW e DM - SAD

O data mining é uma das técnicas analíticas usadas em conjunto com o DW e/ou DM. Uma vez tendo um DW ou DM devidamente constituído, podemos usar o data mining para identificar tendências nos padrões das atividades de negócios da empresa.

Esse procedimento pode ser utilizado para ajudar os gerentes a tomarem decisões sobre mudanças estratégicas nas operações para obter vantagens
competitivas no mercado.

 


A interface do SAD

Nesta aula, vamos aprofundar os conhecimentos acerca do subsistema de gerenciamento de interface do usuário com SAD, que é determinante no sucesso não apenas do SAD mas também de todo software. Sabe-se que, hoje em dia, os sistemas estão sofisticados de tal forma que as funcionalidades relevantes são providas pela maioria dos softwares que atendem a um nicho de mercado. A interface passa a ser um fator de aceitação do sistema por parte do usuário, que, uma vez insatisfeito, tende a abandonar o uso do aplicativo. Ou seja, podemos dizer que:

No contexto do SAD, a interface deve oferecer eficiente forma de captura dos “inputs” necessários e apresentação das informações. A interface do SAD deve ter alta usabilidade.

O que é usabilidade de uma interface?

A qualidade da interface, na visão do usuário, depende do que ele percebe (vê e sente), precisa saber para compreender o que é mostrado e precisa fazer para obter os resultados desejados.

A interface SAD deve usar e abusar dos recursos gráficos, além de oferecer:

No que tange ao uso integrado de realidade virtual (RV) na interface do SAD, devemos observar:

A RV tem aplicações nos mais diversos contextos. Podemos destacar:

Realidade virtual (RV) – aplicações

A realidade aumentada (RA) também começa a ser empregada nas interfaces de determinados SADs. No lugar de uma imersão completa do usuário no ambiente de simulação, nos sistemas de realidade aumentada as imagens geradas pelo computador são sobrepostas à visão do mundo real, fornecendo informação adicional para uma melhor percepção da realidade.

É necessário um dispositivo (“see-through HMD”) que permita ao usuário visualizar o ambiente ao mesmo tempo em que a informação adicional é sobreposta ao ambiente através do HMD.

A RA tem aplicações nos mais diversos contextos. Podemos destacar:

Realidade aumentada – aplicação

No projeto de interface de um SAD, devemos considerar:

As imagens a seguir ilustram elementos de interface usados no SAD:

Elementos de interface usados no SAD

Elementos de interface usados no SAD

Para ilustrar a aplicação de um Sistema de Apoio à Decisão, acesse o link <https://www.sistemairriga.com.br/index.php> para consultar o sistema Irriga, cuja finalidade é gerenciar o manejo e monitoramento de irrigações a serem aplicadas pelos diferentes métodos e sistema de irrigação (Figura 17).

Sistema Irriga - SAD

 

 


O software do SAD orientado a modelos

Nesta aula, vamos aprofundar o conhecimento no SAD orientado a modelos, detalhando suas características, estrutura e funcionamento. Entre as principais características do SAD orientado a modelos, podemos destacar:

Entre os tipos de problemas e modelos que podem ser implementados no SAD, destacam-se:

A Figura 18 a seguir ilustra quatro tipos de modelos de simulação que detalharemos na sequência.

Modelos de simulação - SAD

Análise de cenários – what if (e… se…)

Análise de busca de metas

Análise de sensibilidade

Análise de otimização

 

A seguir estão as vantagens e desvantagens do uso de SAD orientado a modelos, mantendo uma base de modelos.

Vantagens

Desvantagens

 

 


O software do SAD orientado a dados

Nesta aula, vamos aprofundar o conhecimento no SAD orientado a dados, detalhando suas características, estrutura e funcionamento. Entre as principais características do SAD orientado a dados, podemos destacar:

Devemos destacar que os dados armazenados para processamento do SAD diferem dos dados das operações (transações) da empresa em suas características.

Enquanto os dados operacionais são registros de dados sobre uma transação do negócio (uma operação da empresa), os dados do SAD sumarizam essas transações e armazenam os dados históricos.

Entre as características determinantes dos dados do SAD, podemos destacar:

Tabela de fatores - SAD

A Figura 20 a seguir ilustra os elementos relevantes do SAD orientado a dados.

Os dados corporativos são trabalhados e deles extrai-se a base do DW, que consolida as suas transações num repositório central, o DW. Com o DW devidamente estruturado, as tecnologias OLAP e data mining ajudam respectivamente na análise multidimensional e descoberta de conhecimento baseada em padrões.

Elementos do SAD orientado a dados

OLAP (online analytical processing)

Permite a análise rápida de grandes volumes de dados sob múltiplos ângulos (fatores) de observação, que é denominada análise multidimensional (também chamada de cubos OLAP).

Por exemplo:

Entre as formas de explorar as dimensões OLAP, temos:

Vamos considerar a seguinte situação: analisar o impacto de um recente aumento de preços de 50 produtos dos 100 comercializados pela empresa. Podemos considerar o seguinte procedimento:

Os produtos OLAP ajudam os administradores a filtrar dados, em grandes bancos de dados, para responder a questões, como:

 

DATA MINING (ou mineração de dados)

Mineração de dados é um processo analítico cuja finalidade é revelar conhecimento, padrões, tendências e comportamento em grandes volumes de dados. Em outras palavras, data mining visa a descobrir padrões implícitos nos dados, usando-os para obter vantagens competitivas e ajudar nas tomadas de decisão.

A mineração de dados revela o uso de técnicas, em geral automáticas, para exploração de grandes quantidades de dados, objetivando descobrir novos padrões e relações entre os dados que, devido ao grande volume, não seriam facilmente descobertos a olho nu pelo ser humano.

Um caso famoso da aplicação de mineração de dados é o da lenda das fraldas e das cervejas:

Outras aplicações da mineração de dados são:

Podemos identificar o uso da técnica de mineração de dados nos seguintes segmentos de mercado:

 

DATA WAREHOUSE (ou armazém de dados)

É uma forma de armazenamento organizado de um alto volume de dados sobre os históricos das operações da empresa, possibilitando múltiplas visões (cubos). O objetivo é uma organização dos dados que visem ao processamento analítico.

O DW explora a organização de múltiplas fontes de dados internas e externas.

Os dados no DW são organizados em dimensões conforme os fatores de análise desejados. Por exemplo, as figuras abaixo ilustram a organização do DW em cubos com diferentes dimensões. A Figura 21 do cubo representa os três fatores de análise: por região (S e NE), por período (trimestre) e linha de produto. A Figura 22 apresenta as três dimensões e os fatos (coluna vendas), que são armazenados no DW.

DW em cubo - Dimensões e Fatos - SAD

Como exemplo do uso de SAD orientado a dados, podemos citar:

  1. Setor bancário: análise de tendências de clientes (empréstimos, por exemplo);
  2. Companhias aéreas: escalonamento da tripulação em aeronaves, análise de lucro por rota;
  3. Seguros: gerenciamento de riscos, análise do mercado;
  4. Cartão de crédito: detecção de fraude.

 

DATAMART (DM)

O DM, conforme ilustrado pela Figura 23 a seguir, pode ser conceituado como “um pequeno DW projetado por assunto (ou unidade funcional) como alternativa de menor custo ou estratégia para construir o DW”. Comparativamente ao data warehouse, o DM apresenta:

Data mart - SAD

 

 


O software do SAD orientado a conhecimento

 

Nesta aula, vamos aprofundar o conhecimento no SAD orientado a conhecimento, detalhando suas características, estrutura e funcionamento.

A principal característica desse modelo de SAD é o fato de a inteligência artificial (doravante, IA) ser a base das soluções e tecnologias que viabilizam sua
implementação.

As principais tecnologias de IA apoiando o SAD, que abordaremos na disciplina, são:

O SAD orientado ao conhecimento possibilita a solução de problemas, auxiliado por “conhecimento” armazenado em forma de fatos, regras, procedimentos e estruturas similares.

Esse tipo de SAD ganha um novo subsistema exclusivo chamado gestão do conhecimento, conforme ilustra a Figura 24 a seguir.

SAD Gestão de Conhecimento

1. Sistemas especialistas

A aplicação mais comum para esse tipo de SAD são os sistemas especialistas (SE), que são sistemas que “imitam” a forma de os especialistas humanos aplicarem suas técnicas de raciocínio e/ou conhecimento em uma área específica de atuação. Os sistemas especialistas podem apoiar a decisão dos gestores ou substituí-los, uma vez que as conclusões são inferidas pelo próprio sistema. Os gestores, via de regra, não confiam muito em SAD orientado ao conhecimento por não entenderem, com clareza, como eles funcionam.

Os sistemas especialistas são soluções aplicáveis em situações em que a expertise, para a tomada de decisão, é cara ou rara.

Acompanhe, pela Figura 25, o funcionamento de sistemas especialistas conforme descrição:

Sistema especialista - SAD

 

Os sistemas especialistas, embora derivem de tecnologia disponível nos anos 90, não foram usados em larga escala pelas empresas pelo seu alto custo de implantação em comparação com a segurança e o retorno dados pelo sistema, além da falta de mão de obra com tal expertise. Entre as principais vantagens e desvantagens dos sistemas especialistas, temos:

Vantagens

Desvantagens

 

2. Redes Neurais Artificiais (RNA)

A maior a aplicação de RNA é reconhecimento de padrão. As aplicações que implementam essa tecnologia analisam grandes volumes de dados para estabelecer padrões e características.

RNA têm sido usadas no mercado financeiro para:

 

3. Sistemas baseados em caso (SBC)

Nessa tecnologia, o conhecimento da empresa é capturado e organizado usando raciocínio baseado em casos (RBC).

Acompanhe a imagem abaixo para entendimento da tecnologia de SBC. Inicialmente, antes do passo 1 descrito na imagem, o especialista descreve experiências passadas de casos, em um módulo de captura do sistema, que as armazena em um banco de dados.

A partir daí, o procedimento, descrito na Figura 26, tem início a cada novo caso.

Sistema baseado em caso - SAD

4. Sistema fuzzy (lógica fuzzy ou lógica difusa)

Trata-se de tecnologia baseada em regras que representam a imprecisão do raciocínio humano ao lidar com as incertezas oriundas da subjetividade.

Oferece soluções para problemas que exigem conhecimento técnico difícil de ser representado em termos de regras se-então-senão, tal qual os sistemas especialistas e outras tecnologias.

Solução muito usada em aplicações de controle conforme os seguintes exemplos:

 

5. Algoritmo genético

É uma tecnologia de IA que tem por objetivo encontrar a solução ideal de problema após exame de extenso número de soluções viáveis.
Provê meios de pesquisar todas as possíveis combinações e identificar a que representa melhor a solução do problema (solução ótima).

Usado em problema de otimização: minimizar custos, maximizar lucros, programação eficiente e utilização de recursos.

 

6. Agente inteligente (AI)

AI é um software que trabalha na retaguarda (background), sem interação com o homem diretamente, executando tarefas específicas, repetitivas e previsíveis. Usa uma base de conhecimento para tomar decisões ou realizar tarefas. Podemos citar como exemplos de aplicação de AI:

A seguir, são apresentados exemplos da prática das empresas no que se refere ao uso de SAD orientado ao conhecimento (SADc).

Na área de contabilidade, podemos citar o uso do SADc para diversos fins, desde análise de riscos a controle de custos, passando por ajudar a descobrir irregularidades e fraudes nas empresas (representadas nos documentos contábeis).

Na área de finanças, temos aplicações variadas: decisões no mercado de ações, análise de condições financeiras, projeção financeira, análise do melhor investimento. O SADc ajuda na redução de fraudes com cartões de crédito.

A área de marketing usa SADc para alocação de verbas para publicidade e previsão de comportamento de clientes.

Na área de produção e operações, a aplicação de SADc apoia operações complexas e decisões de produção: desde estoque até PCP (planejamento e controle da produção). Identificamos também o uso de sistemas inteligentes para diagnóstico de falhas em máquinas, além de prescrição dos reparos.

Em gerenciamento de RH, encontramos aplicação com agente inteligente que encontra currículos de candidatos publicados na internet, bem como sistemas especialistas para avaliação dos candidatos e rede neural para prever o desempenho e estimar as necessidades de mão de obra.

 


 

Bibliografia

CERTO, S. C.; Tomada de decisões. In:____________. Administração moderna. 9. São Paulo: Pearson, 2005, p. 123-145.

LANDON, K. C; LAUDON, J. Sistemas de informações gerenciais: administrando a empresa digital. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004, p. 303-307.

TURBAN, E. et al. Administração de tecnologia da informação – teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, p. 358-364.

RESENDE, D. A.; ABREU, A. F. Tecnologia da Informação aplicada a sistemas empresariais: o papel estratégico da informação e dos sistemas de informação nas empresas. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 185-187.

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GORDON, S. R; GORDON, J. R. Sistemas de informação: uma abordagem gerencial. Rio de Janeiro; Gen LTC, 2011.


 

PS: O material da pós graduação da Estácio deixa a desejar quanto a imagens ilustrativas e nas abordagens de alguns tópicos. Vou tentar adicionar mais material e organizar melhor as ideias dos consteúdos.