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Conhecendo a normatização NBR-ISO 9126

Tudo começa com a ISO/IEC 9126. Esta é a norma no padrão internacional que foi desenvolvida por estudos realizados no IEE (Instituto de Engenharia). O modelo nacional é a NBR ISO/IEC 9126. O grupo de especialistas em engenharia e qualidade de software no Brasil tomou como base o modelo internacional e, assim, a ABNT o registrou, tornando-o a normatização oficial no âmbito nacional. A qualidade de software será considerada por diversas abordagens e considerações de características.

 


Essa norma terá como foco principal a qualidade do produto de software, propondo atributos que este produto deverá ter para ser taxado como algo qualificado. Estes fatores serão classificados através de seis principais características, que, para serem atingidas, necessitam ter seus critérios atendidos.

 


NBR-ISO 9126

Para um produto ter uma determinada característica, faz-se necessário que suas sub-características tenham sido avaliadas e tenham atingido a avaliação positiva; ou seja, vamos dizer que, para o fator de qualidade se fazer presente, vamos precisar que os critérios tenham sido atingidos.

As seis principais características destacadas por essa norma para medir ou mensurar a qualidade interna e externa do produto de software são: funcionalidade, confiabilidade, usabilidade, eficiência, manutenibilidade e portabilidade. Cada uma dessas características tem suas sub-características.

NBR-ISO 9126

As sub-características são os atributos de qualidade:

NBR-ISO 9126 sub-características

Confiabilidade: o produto se mantém no nível de desempenho nas condições estabelecidas, controlando inclusive a quantidade de ocorrências de problemas no software.

Usabilidade: é a capacidade de uso. Está ligada diretamente ao usuário. Indicará o esforço necessário para aprender, operar, preparar entradas e interpretar saídas.

Eficiência: será verificada a quantidade de recursos exigidos pelo software para executar o que foi proposto. Inclusive vamos destacar o tempo de execução, e não só os recursos envolvidos que são compatíveis com o nível de desempenho do software.

Manutenibilidade: característica ligada à manutenção. Observa o esforço necessário para localizar erros, defeitos e falhas e sugerir suas correções. Podermos dizer que é a característica que permite que o produto de software possa ser modificado, incluindo tanto as melhorias ou extensões de funcionalidade quanto as correções de defeitos, falhas ou erros.

Portabilidade: esta característica hoje tem sido bastante destacada em relação a todo e qualquer tipo de produto. É a que garante a transferência e troca de plataformas, confirmando que não haverá perda da qualidade; ou seja, a capacidade de o produto ser transferido de um ambiente para outro, considerando inclusive os recursos necessários para sua execução com qualidade.

 

Conhecendo a normatização ISO/IEC 12119

Essa norma faz o estudo referente aos pacotes de software e, conforme já explicado, a sua versão no âmbito nacional tem os mesmos objetivos e características. Logo, é tratada como NBR ISO/IEC 12119. Inclusive, essa norma não apenas cita os requisitos, como, também, deve ser base para a avaliação.

O objetivo dessa norma é auxiliar na certificação dos pacotes de software. Porém, sua aplicação será de acordo com o atendimento aos requisitos de qualidade que a norma definiu serem necessários para que o pacote de software atenda as métricas da qualidade deste produto.

A norma define:

  1. Descrição do produto: é um documento que mostrará as propriedades de um pacote de software;
  2. Documentação do usuário: é um conjunto completo de documentos (impressos ou não) que é fornecido para a utilização do software, fazendo, dessa forma, parte deste produto.
  3. Programas: é uma unidade que compõe o produto de software.
  4. Dados: representação inicial da informação.

Sendo também definido pela norma, que, como requisito de qualidade para os pacotes de software, será necessário que exista uma descrição do produto e da documentação. Os requisitos que descrevem o produto, destacando as informações necessárias para que os testes ocorram de forma fidedigna, os requisitos para os programas e dados também estarão sendo avaliados no pacote de software. Então, vamos organizar a aplicação da norma da seguinte maneira:

Descrição do produto deverá: identificar, indicar e declarar funcionalidade, confiabilidade, usabilidade, eficiência, manutenibilidade e portabilidade.

Documentação possuirá as seguintes características: completitude, correção, consistência, inteligibilidade. Não esquecendo que as informações deverão ser organizadas e bem apresentadas. Afinal, são os resultados.

Programas e dados de acordo com a norma deverão ter as seguintes características: funcionalidade, confiabilidade, usabilidade, eficiência, manutenibilidade e portabilidade.


Assim, conseguimos sintetizar os objetivos da norma referente às métricas de qualidade para um pacote de software. Chegando a conclusão que as normas 9126 e 12119 apresentam as mesmas características (funcionalidade, confiabilidade, usabilidade, eficiência, manutenibilidade e portabilidade).


 

Conhecendo a normatização ISO/IEC 9241

Agora, vamos conhecer a norma 9241, que trata especificamente sobre usabilidade e critérios ergonômicos. Como já conhecemos o conceito de usabilidade, sabemos que este está ligado diretamente ao uso do produto de software e, com isso, sua referência é o usuário. Inclusive, essa norma tratará da Interação Humano Computador – IHC.

Essa norma seguirá os mesmos indicativos das outras, tanto no âmbito internacional ISO/IEC 9241 quanto no nacional NBR ISO/IEC 9241, preservando todas as características e requisitos para atender as métricas da qualidade de software. É conhecida como a norma que trata da ergonomia do software de escritório.

 

O conceito de usabilidade segundo a ISO

De acordo com a ISO, usabilidade é a medida pela qual um produto pode ser usado por usuários específicos para alcançar objetivos específicos com efetividade, eficiência e satisfação em um contexto de uso específico. (ISO 9241-11). Essa medida será identificada como resultados da medição e análise dos processos utilizados para a obtenção de tais valores, permitindo, assim, que o usuário alcance a interação. Interação esta que é avaliada ao executar uma tarefa e que será o resultado obtido, certificando sua qualidade.

Outro ponto que destacaremos é a eficiência, onde sua característica é a quantidade de esforços e recursos necessários para se chegar a um determinado objetivo. Ao se tratar sobre os desvios que o usuário faz durante a interação e a quantidade de erros cometidos, estes serão pontos a se avaliar para atingir o nível de eficiência do produto de software. Quando tratamos um produto de software online ou um site, o comportamento referente à avaliação da característica será o mesmo.

 

Finalmente, chegamos ao ponto mais importante desta medição, que é a terceira medida de usabilidade, a satisfação. Esta é a medição mais difícil se realizar; afinal, serão trabalhados fatores subjetivos. A satisfação refere-se ao nível de conforto que o usuário sente ao utilizar a interface e à maneira de alcançar os objetivos ao utilizar um software ou software online.

 

Síntese dos objetos da norma ISO 9241

Segundo a norma ISO 9241, a usabilidade pode ser especificada ou medida segundo outras perspectivas. São elas:

Síntese dos objetos da norma ISO 9241

 

 


Para saber mais sobre os assuntos estudados, acesse:

https://irlabr.wordpress.com/apostila-de-ihc/parte-1-ihc-na-pratica/6-usabilidade-e-suas-metas/;

http://normaabnt.blogspot.com.br/2015/02/norma-abnt-nbr-iso-iec-12119-download.html;

http://www.abnt.org.br/images/boletim/Fevereiro-2013.pdf.


 

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONTROLE DA QUALIDADE. Site oficial. Disponível em: <http://www.abcq.org.br>. Acesso em: 26 mai. 2015.

AZEVEDO, Joel Solon Farias de. Análise de Pareto Passo a Passo. Disponível em: <http://www.trf5.jus.br/downloads/Artigo_22_Analise_de_Pareto_Passo_a_Passo.pdf>. Acesso em: 26 mai. 2015.

KOSCIANSKI, André. Qualidade de software. São Paulo: Novatec, 2007.

PAULA FILHO, Wilson de. Engenharia de Software: Fundamentos, Métodos e Padrões. São Paulo: LTC, 2009.

PFLEEGER, Shari Lawrence. Engenharia de Software. São Paulo: Pearson, 2003.

PRESSMAN, Roger S. Engenharia de Software: uma abordagem profissional. Porto Alegre: Bookman, 2011.

RIBEIRO, Antonio Carlos Evangelista. Afinal, o que é Qualidade? Disponível em:

<http://www.compete-es.com.br/mbc/uploads/biblioteca/1164635822.4657A.pdf>. Acesso em: 26 mai. 2015.

SILVA, Mauro César da. CMMI para iniciantes. Disponível em: <http://www.linhadecodigo.com.br/artigo/1401/cmmi-para-iniciantes.aspx#ixzz3aEAVrUPO>. Acesso em: 26 mai. 2015.

SOFTWARE ENGINEERING INSTITUTE. Site oficial. Disponível em: <http://www.sei.cmu.edu>. Acesso em: 26 mai. 2015.

 

 

 


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