ENG. de Software – Arquitetura da informação e User Experiense – Conteúdo e Estrutura
A aplicação web e sistemas convencionais
A arquitetura da informação em aplicações web apresenta uma sequência clássica que envolve etapas que devidamente obedecidas garantirão o sucesso do projeto. São elas:
- Definir os objetivos do site;
- Coletar as opiniões dos clientes ou parceiros;
- Organizá-las em uma ordem de importância balanceada e coerente;
- Ter tudo documentado;
- Definir o público-alvo;
- Organizar o site em páginas de conteúdo e funções;
- Escolher os programas gráficos;
- Estabelecer os grids de layouts;
- Desenhar esboços;
- Fazer simulações;
- Preparar-se para a construção do site.
- Definição dos objetivos do site
É importante determinar quem estará envolvido na definição dos objetivos do site levando-se em consideração a sua natureza.
Nas aplicações locais, onde normalmente o público-alvo é constituído ou de uma pessoa, ou de um grupo de pessoas que trabalhem no mesmo local ou para a mesma organização, já é fundamental o contato com a(s) pessoa(s) que acessarão a aplicação.
As rotinas e o modo de operação que esse usuário tem no seu dia a dia constituem uma gama muito grande de informações que serão úteis para o arquiteto da informação preparar e distribuir as informações.
Quando se trata de uma aplicação web, o perfil do usuário é completamente diferente e ainda tem a questão do cliente querer que suas informações sejam acessadas por um número infinito de pessoas com perfis diferentes e em locais e horários diferentes, dessa forma cabe ao arquiteto da informação e a equipe de desenvolvimento como um todo ter preocupações de organização, função e programas específicos que deverão ser usados para o projeto.
Os levantamentos de requisitos dos usuários determinarão em outra etapa os levantamentos de requisitos para o desenvolvimento do projeto.
A definição formal ou informal
Há também a necessidade de se estabelecer que tipo de definição dos objetivos será adotada. A definição formal ou informal.
Definição formal
A definição formal requer uma estrutura bem mais aplicada com preparação de uma agenda contendo uma série de questões a serem seguidas que consequentemente levarão mais tempo e com uma boa dose de habilidade para o gerenciamento do projeto.
Definição informal
A definição informal caracteriza-se pela conversa com as pessoas envolvidas, fazendo-se a devida anotação de tudo que é conversado. Todo o material colhido pode ser submetido mais tarde para a opinião dessas pessoas.
As perguntas importantes nas definições dos objetivos
Conheça as perguntas importantes nas definições dos objetivos:
Qual é a missão e o propósito da organização?
- É importante ter acesso ao plano de negócios do cliente e anotar tudo que for dito na entrevista.
- As intenções desse cliente em relação ao site também devem ser anotadas, pois elas determinarão como distribuir melhor as informações no site. Será de divulgação de produtos ou serviços? Será com intuito de comercialização? Instituição de ensino ou treinamento?
- Outro fator importante é o tipo de negócio, se familiar, há quanto tempo está em atividade, pois em alguns casos é necessário manter a tradição, porém dando ênfase a novas formas de divulgação para que o cliente e seus produtos sejam divulgados e acessados por todos.
Quais são os objetivos de curto prazo e de longo prazo do site?
- As metas deverão ser bem determinadas com base na expectativa do cliente em ter seu site pronto o mais rápido possível. A pressa não poderá fazer com que os objetivos se distanciem.
- É necessário traçar um balanço entre o início da divulgação e o momento em que a empresa deverá estar consolidada na rede.
Por que as pessoas irão visitar o site?
- Que tipo de produto ou serviço será contemplado no site? Como o cliente acessará o site pela primeira vez? É primordial que o propósito do site esteja bem definido para atingir os clientes.
- A “sedução” do usuário começa a partir do momento em que ele se sentir atraído pelas informações e a forma como essas informações estão dispostas. Muita coisa já está disponível na Internet, então cabe dar muita atenção à pergunta desse tópico.
Após a obtenção das respostas deve-se filtrá-las de forma a poder identificá-las e dar a devida direção no desenvolvimento do projeto. Tal questionamento funciona como uma peneira que separará as respostas em assuntos diferentes, capaz de transformá-las em objetivos específicos.
É válido também agrupar as respostas em nível de importância que determinarão suas categorias.
Definir a experiência do usuário
Agora que o objetivo do site já foi definido (porque ele deve ser construído), deve-se determinar quem será o público-alvo. É muito importante que o site seja direcionado para quem vai usá-lo.
Quem serão os usuários? Quais suas metas e objetivos?
Deve-se definir a princípio a experiência que o usuário deve ter para posteriormente estabelecer como esse usuário reagirá ao site construído. É necessário fazer a seguinte pergunta:
Como criar um site sem saber quem irá vê-lo?
Definir o público-alvo
É importante pensar no usuário do site: que informação e/ou serviço ele precisa encontrar. Utilizar perguntas para colocar a informação correta. Definir as necessidades e metas do usuário com relação ao produto ou serviço que será disponibilizado no site deve ser a preocupação no direcionamento do projeto.
Como já foi dito anteriormente, saber que tipo de pessoa irá acessar o site é determinante para tentar abranger esse público-alvo. Com tantos sites a disposição sobre tantos produtos ou serviços, o diferencial será um direcionamento para que o usuário possa acessar exatamente o que procura em meio a tantas opções. Para isso é vital conhecer o perfil desse usuário, pois o mesmo será atingido de forma direta, pois se achará identificado com as opções de informações que o site proporciona, assim como a forma de acessá-las.
Criar cenários
Os cenários devem ser criados tendo como base a visão do usuário. Após a definição do público-alvo, pode-se ter uma ideia do cenário fazendo uma seleção de usuários que representem a maioria dos visitantes.
Um cenário estará diretamente ligado a um usuário hipotético. Com as ideias do que o usuário poderá fazer no site será mais fácil criar a documentação de design. Neste momento as ações determinadas em usabilidade e interface homem-máquina são importantes na criação dos cenários.
Como o foco é atender às necessidades do usuário, os cenários devem privilegiar a visão desse usuário e a forma como ele deverá ter acesso às partes integrantes do site. É necessário ter em mente que o site está sendo desenvolvido de forma a divulgar informações que em momento algum possam se perder estando no mesmo ambiente. Algo parecido com se perder na própria casa. Outro fator importante é que a identidade do site deve sempre estar bem clara, independente da ação ou da página que tiver sendo acessada.
Análise competitiva
Para que os objetivos do site sejam alcançados é também fundamental conhecer um pouco dos competidores e para tal deve-se visitar sites de
corporações rivais para se ter uma noção do que está sendo feito de uma maneira geral. É válido ter um conjunto de características e critérios para avaliação dos sites.
Ao visitar esses sites é importante analisar suas funcionalidades, links e conteúdo, pois com certeza muita coisa poderá ser utilizada no momento da definição de layouts e até mesmo de conteúdo.
Criar medições para avaliação também é válido. Crie uma tabela de pontuação e atribua pontos para cada elemento analisado em sites diferentes. Após essa etapa documente as avaliações fazendo as devidas observações sobre os prós e contras de cada site visitado.
Em suma, tudo que foi feito até o momento precisa ser registrado. Dessa forma é necessário documentar todas as etapas. É válido criar uma seção denominada “Experiência do usuário” onde serão incluídos os cenários com a definição do público-alvo. O resultado da análise competitiva também deve ser registrado de forma a servir de consulta para todos que estiverem envolvidos no projeto.
As etapas do conteúdo
Neste momento o importante é juntar todas as peças e criar a estrutura e organização do site, definindo os componentes de conteúdo e os tipos de funcionalidade. Para tal é necessário ter acesso a lista de tudo que será conteúdo e dos requisitos funcionais e de como agrupá-los e rotulá-los. É importante ter em mente que o conteúdo será abrangido por três etapas que são objetividade, visibilidade e navegabilidade.
Como normalmente a primeira impressão é a que fica, uma boa arquitetura de design irá causar um impacto positivo no usuário. Em uma aplicação web o conteúdo deve ser preciso e coerente com a arquitetura da informação. Algumas dicas são valiosas em relação ao conteúdo:
- A produção dos textos das páginas não pode ter o caráter de autoria, uma vez que o autor não está escrevendo um livro ou artigo de opinião.
- O produtor de conteúdo deve com eficiência transmitir a mensagem em uma linguagem simples, porém respeitando todos os conceitos gramaticais. O processo de produção de conteúdo deve estar de acordo com a mídia web de comunicação.
As três etapas do conteúdo
Vejamos agora as etapas abrangidas na construção do conteúdo:
Objetividade
Algumas dicas são muito valiosas para garantir a objetividade em um conteúdo na aplicação web. Desenvolver resumos, em linguagens simples que possam contemplar os itens da estrutura, textos completos só devem ser usados quando forem explícitos para um assunto e quando for necessário, criar a opção de salvar em arquivos para que possam ser acessados mais tarde fora do ambiente web, utilizar o recurso de hipertexto de forma moderada quando for necessário, ou seja, em links que possam comprometer o entendimento e acesso à informação.
Legibilidade
Devemos ter em mente que ler na web é completamente diferente de uma leitura em um livro, por exemplo. Fatores como resolução da tela podem comprometer essa ação. O importante é a criação de textos com sentenças curtas e de estrutura gramatical simples de forma a facilitar o entendimento pelo usuário.
Outro fator com relação à legibilidade são os atalhos que devem ser criados de forma a permitir uma exploração por parte do usuário, desde que apresentem opções coerentes com as funções do site.
Visibilidade
As informações que são importantes na aplicação devem ter um destaque. É impossível mostrar tudo que o site pode ter de informação em uma tela, por essa razão deve-se agrupar as informações em importância e com seus devidos destaques.
Ferramentas
Para o desenvolvimento de uma aplicação web, como qualquer outro projeto, existe a necessidade de se encontrar as ferramentas adequadas com vistas a garantir:
- O gerenciamento de conteúdo;
- O controle de revisão e mapeamento do site;
- Determinar os programas para análise de uso (estatística).
As ferramentas de análise de uso ajudam os desenvolvedores a identificar os pontos mais visitados do site e a monitorar os padrões de comportamento dos usuários para atingi-los com mais eficiência.
Softwares
Os softwares têm muita importância para o gerenciamento de websites. Normalmente são utilizadas ferramentas de criação de conteúdo que interagem com o ambiente e mostram as relações entre os objetos da aplicação.
Mapear o site faz com que o desenvolvedor faça uma organização capaz de visualizar todo o conteúdo, mostrando o posicionamento e a relação dos objetos. Algumas ferramentas de mapeamento incluem recursos de manutenção de links que permitem que os desenvolvedores localizem e regularizem problemas, evitando que os usuários fiquem perdidos na navegação.
Documentação e agrupamento e rotulação do conteúdo
Documentação
Em todo projeto a documentação garante o registro das fases que poderão ser consultadas a todo o momento. A importância da documentação na arquitetura da informação é com relação à normalização das fases do projeto junto à equipe: descrever cada fase de desenvolvimento, assim como validar as fases e garantir o processo de normalização da arquitetura.
Agrupar e rotular o conteúdo
Reunir os objetos que farão parte do site não é tarefa das mais fáceis. Devemos organizar todo o conteúdo e definir a base para a estrutura do site. As informações deverão ser agrupadas seguindo critérios preestabelecidos de forma a não deixá-las soltas no ambiente.
Após a decisão dos agrupamentos e nomes finais, estes devem ser usados para definir as maiores seções do site e os nomes de cada seção, tendo em mente que pode ocorrer uma mudança de nome e conteúdo em outras etapas da arquitetura.
Um resumo de tudo que foi feito deve ser mantido em uma parte devidamente documentada em conteúdo e requisitos funcionais, incluindo a forma como o conteúdo está agrupado e nomeado. Esta seção será muito importante para futuras pesquisas por parte da equipe de desenvolvimento.
Navegabilidade
Para garantir uma boa navegabilidade é necessário um planejamento para evitar que o usuário se perca no site.
Em alguns casos o usuário se vê em um labirinto, sem saber de onde veio e pra onde vai. Muitos usuários desistem da navegação por conta da falta de clareza do setor de navegação. Seguem algumas dicas para evitar esses “constrangimentos”:
- Evitar que o usuário passe sempre pela página principal para poder acessar outra página.
- Estruturar a navegação obedecendo a arquitetura da informação. A qualquer momento a estrutura da arquitetura da informação deve ser mantida, mesmo estando em páginas secundárias.
- A todo o momento o visitante deve visualizar com facilidade todo o conteúdo disponível na aplicação web.
- A arquitetura da informação define para a navegação a estrutura de comunicação entre as páginas.
Quanto mais rápido o usuário achar o que está procurando, mais rápido ele sairá da aplicação. Pode-se avaliar o desempenho tendo uma média de quantas páginas o usuário visita antes de ir embora.
Quando um cliente vai a uma loja real, a forma como é tratado e como tem acesso aos produtos que procura garante sua satisfação. As aplicações web têm a finalidade de apresentar as empresas ou instituições para seus usuários em um ambiente de navegação. Sendo assim, a sua satisfação estará diretamente ligada às funcionalidades da aplicação.
Existem alguns fatores que contribuem para a satisfação ou insatisfação do usuário. Quando consegue ter acesso imediato ao que procura mesmo com grande quantidade de páginas, o usuário sente-se satisfeito. A arquitetura da informação, sendo sólida e funcionando bem, facilita a navegação.
As funções e desempenho de um sistema estão diretamente ligados aos requisitos levantados. Esses requisitos são considerados funcionais do sistema com base no levantamento das necessidades do cliente, traçando um perfil do usuário e avaliando o tipo de informação que será disponibilizada com sob a ótica desse usuário.
Uma aplicação web representa praticidade e rapidez para o acesso às informações desejadas. Essa é a expectativa do cliente e para atingi-la o Arquiteto da Informação deve preocupar-se com a aplicação, sendo fiel aos levantados anteriormente, e apresentar técnicas de padronização capazes de manter uma identidade com relação à informação que o cliente deseja passar no seu portal.
Para que esses requisitos sejam satisfeitos, há a necessidade do estudo de recursos de hardware e software para implementação do projeto. A perfeita união desses elementos garantirão o sucesso do projeto, uma vez que deverá contemplar as necessidades do usuário com recursos específicos de aplicação e sustentação.
ENG. de Software – Arquitetura da informação e User Experiense – Conteúdo e Estrutura